"E assim prosseguimos, botes contra a corrente, impelidos incessantemente para o passado."
O Grande Gatsby; F. Scott Fitzgerald
Essa deve ser umas das frases mais citadas na internê.
Pudera, carrega em si muitas das nossas fraquezas e angústias.
Quem nunca soube, ou melhor, teve certeza de que o melhor já passou?
De que, daqui para a frente, tudo o que o destino trouxer vai ser um arremedo de sentimentos, emoções,
uma cópia inferior do que já vivemos?
Pensar na vitalidade dos 15, dos 20, dos 25 anos, com a mentalidade dos 35, 40, 45 é opressor.
O peso das escolhas esmagam o passado, como se fossemos fugitivos, atravessando portas à medida
que um andar se desfaz atrás de nossos passos.
No point of return.
Sem voltas, sem reviravoltas.
Escrito, selado.
O que resta é caminhar. Seguir.
Esquecer os remos e deixar a correnteza levar.
***
Fala-se de amores. Amores imperfeitos, skankeando a frase.
Ainda assim, perfeitos encobertos ao véu do tempo.
Dilacerador de realidades.
Tomo um exemplar que discorre sobre futuro. Internet. Cibercultura.
Sou, então, tragado por um redemoinho que me força a voar.
Necessidade de olhar, observar, experimentar, sentir a realidade que teimar em não se realizar.
O futuro é agora.
E o passado? Aquele para o qual sempre voltamos nosso pensamento?
Como conciliar a necessidade de futuro, com o presente preso ao passado?
Deixo para vocês a pergunta para a qual, segundo após segundo, tento encontrar a resposta.
3 comentários:
Incrível: acabei de postar sobre o skank e bato de cara nele aqui.
Sincronicidade.
De resto, meu passado reconstruo na medida do possível dentro de minha casa. Fora dela, só com meus familiares mais próximos e amigos mais longevos, pois estes sabem quem fui para ser o que sou.
“O senão do livro”, das “Memórias Póstumas de Brás Cubas”:
“O maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direita e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem…”
Um roteiro para ler Proust?
Machado de Assis, em sua genialidade.
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