quinta-feira, janeiro 26, 2012

Da queda

Hoje o Rio acordou meio amuado. Ou, poderia dizer, ainda não acordou. O pesadelo é real, apesar de parecer tão distante. Possível apenas do lado de lá da tela.

Nos rostos das pessoas indo cedo para o trabalho dá para perceber que há uma ruga a mais, de tristeza. A cidade está de luto. Quieta. Impassível.

Impossível evitar que os pensamentos parem ali na 13 de maio, um ponto antes do que o devido. Para uma olhada, tentar entender o como e o porquê.

O silêncio, respeitoso, mantido por todo o trajeto. Como uma prece sem palavras pela cidade, pelos parentes e, quem sabe, já que ainda não se sabe, pelas possíveis vítimas.

O Rio ainda não acordou, mas já sabe que esse é um sonho do qual não quer se lembrar.

3 comentários:

Gil Pender - Livre como um táxi disse...

Com Cabral reeleito e Paes a se reeleger, o pesadelo apenas começou.

Sobre quantos cadáveres (deslizamentos, bondes fora dos trilhos, desabamentos etc) esses dois vagabundos terão andado ao fim de seus mandatos?

Pobre, pobre, pobre Rio de Janeiro.

Taylor disse...

Pobre nada. Aqui só mora quem for rico.
O Rio expele seus cariocas.
Ele quer o dinheiro de quem puder comprar sua carioquice.

Gil Pender - Livre como um táxi disse...

Gostei muito do que vc disse. Eu gostaria de ter dito isso.