segunda-feira, outubro 04, 2010

Lá estava eu, no super com mamãe.
Era uma segunda pós eleição onde todos estão felizes e esperançosos por dias melhores que não virão. De repente passa uma mulher alta, cabelos até o ombro, rosto de menina. O rosto da menina era o mesmo que conheci quando o rosto de menina ainda combinava com o corpo de menina. Ela devia ser algumas séries mais nova, umas duas ou três se tudo isso. Ou seriam mais? Com o passar dos anos algumas coisas vão se perdendo por aí.
Já ia puxando minha mãe pelo braço para apontar para a menina que estudou comigo quando me apercebi da pequena figura que caminhava à frente de seu carrinho de compras. Não mais que 3 ou 4 anos. Um menino, cara e corpo de menino, cabelo de cuia, com aquela cara de infância. Ela falava com ele com um carinho, com uma ternura e ao mesmo tempo com a autoridade que só uma mãe sabe usar.
Fiquei sem reação, pois já não poderia mostrar para a minha mãe a menina que estudou comigo, do pouco que ainda restava na minha memória. Não combinaria dizer: Olha aquela menina, estudei com ela. Também não achei por bem falar: Olhe aquela mulher ou ainda olha aquela mãe.
Por falta do que falar, me calei.

E vi a menina que estudou comigo passar e seguir adiante. Com o menino ao lado dela.

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