Oasis. ou como começar a gostar de uma banda antes de todo mundo.
Sou fã do Oasis e não me envergonho disso. Em 1995, li no antigo Rio Fanzine (internet ainda era coisa de Universidades) sobre o Brit Awards e como uma banda estreante derrubou a grande favorita, o Blur com seu clássico Parklife. A capa do disco era meio azul, com os caras da banda jogados por um quarto. Gostei. Assim que achasse compraria o cd do Oásis.
(pausa para explicar que até a grande fama nacional com “What’s the Story”, o Oasis era chamado de Oásis).
Bom, comprei o cd na finada musical box. Era época que para conseguir fazer meu dinheiro render, comprava um disco, gravava em fita casete e trocava por outro na loja. Este sim eu mantinha. Acontece que o do Oásis era o primeiro disco comprado e pela lógica deveria devolvê-lo. Mas não pude. Mostrei para minha mãe com a seguinte afirmativa:”Olha só como eles parecem com Beatles”. Ela ouviu e gostou. Eu ouvi e pirei. Era A banda. Eram AS músicas. O rock bem feito, grudento e nada bobo ou ingênuo. Um disco como
Definitely Maybe, com Supersonic, Columbia (até hoje minha preferida deles), Live forever (eleita a melhor música do Oasis de todos os tempos, pelos fãs), Rock’n’roll Star, Cigarettes & Alcohol, Up In The Sky e Slide Away não poderia ser algo menos do que um dos maiores discos do Britpop de todos os tempos. Mas depois da estréia, sempre fica aquela vontade de ver como será o próximo, se a banda se sustenta, etc,etc,etc.
Eles me vieram com
“What’s the Story(Morning Glory)”. Comprei assim que achei na Laser e coloquei Wonderwall pra simplesmente TODO mundo da minha casa ouvir. O comentário máximo foi um “legal essa música”. Não preciso dizer que uma novela das sete fez todo mundo me pedir o disco do Oasis emprestado.
Aí, eu já não tinha mais volta. Comecei a comprar albúns piratas ao vivo (nessa época vendia até na Laser e me arrependo de ter deixado algumas raridades passarem por minhas mãos), singles importados, revistas, entrevistas, camisas, trocar informações com outros fãs, e o pior, comecei a encher o saco de todo mundo com minha banda preferida!
Champagne Supernova, a já citada Wonderwall, Cast no shadow e Don't Look Back In Anger (a pior música do disco) tocaram até o Oasis fazer bico. E são um ótimo exemplo da excepcional qualidade desse disco, só para citar as baladinhas, mas os rockões também estão lá.
***
Uma pequena interrupção para dizer que o Oasis foi a primeira banda a finalmente conseguir colocar em prática a “parede de guitarras”, uma invenção do Phil Spector. São tantas camadas de distorção, de barulho, de guitarras, que elas parecem formar uma barreira. Uma parede criada por som.
***
A megalomania atingia a cabeça dos irmãos Gallagher. Um acústico MTV que não foi lançado em cd, onde Liam não cantou por estar com dor de garganta, mas foi visto na platéia fumando e bebendo cerveja. Um disco com referências e referências aos Beatles, na capa, nos nomes das músicas, nas maluquices e a participação do “ótimo guitarrista” Johnny Depp.
Be Here Now é o começo do declínio (para a grande mídia). Ainda assim canções como D'You Know What I Mean?, Stand By Me, Don't Go Away e a épica All around the world fez desse um bom disco para os fãs. Tanto que pela primeira vez uma banda no auge veio fazer um showzão no Brasil. Metropolitan abarrotado de pessoas, eu lá desde cedo e um show para entrar para a história (a minha pelo menos. Hehehehe). O final da apresentação com as distorções de I’m the walrus, a parte acústica com Cast no Shadow e uma música do Chemical Brothers (sim, eles mesmo) e Champagne Supernova arrebentando os ouvidos foram bons demais.
Outra característica do Oasis foi o lançamento de muitas músicas apenas como lados B de seus singles, na época procurados como ouro nas importadoras do Brasil (o dólar ainda deixava). De tantas faixas com qualidade superior, saiu o
“Masterplan”. Quarto disco da banda, mas para os realmente fãs, apenas uma chance de poder ouvir essas músicas sem ter que colocar quatro ou cinco singles para tocar, na sequência. Uma volta aos velhos e bons tempos do começo da banda.
Acquiesce, I Am The Walrus e a belíssima The Masterplan fizeram a cabeça dos brazucas menos abastados.
O quinto disco já tinha um Oasis desfalcado de um baterista (o segundo acabou de ser saído da banda agora), de um guitarrista e de um baixista. Parece que eles pularam fora do navio antes dele afundar e os comandantes ficaram até o fim, afundando juntos. Os Gallagher trouxeram Gem (guitarra, ex-heavy stereo) e Andy Bell (baixo{?!?!?!}, ex-Ride e Hurricane #1).
E para lidar com uma banda cheia de mudanças, fãs e críticos cada vez mais descrentes.
“Standing on the shoulder of giants” foi um disco diferente, difícil, loooonge das músicas grudando instntaneamente na cabeça. Algumas audições, no entanto, e um show meteórico no RIR fizeram jus a um dos grandes discos da banda. Estarei surtanto? É só ouvir Gas Panic! Com DEZ minutos ao vivo e entender o que estou falando. É sentir as nuances (mínimas, mas acertadíssimas) de “Who Feels Love?” e a beleza escondida em Where Did It All Go Wrong? E Sunday Morning Call, baladas não tão babas quanto as anterioras, mas tão belas quanto. Um bom disco, acompanhado do primeiro lançamento ao vivo,
Familiar to Millions.
Com covers até de Neil Young, e mandando muito bem, o Oasis mostra que a praia deles é mesmo a Inglaterra. Um estádio Wembley lotado, cantando todas as músicas e arrepiando qualquer um que goste minimamente de um bom show de rock.
Só para citar, o show do RIR foi depois desse disco.
O sexto álbum,
Heathen Chemistry, já me pega meio cansado de ouvir, ouvir e ouvir até gostar de um disco. Mas, como disse na época, é um disco do Oasis. E não tem como não gostar de um disco do Oasis. Além disso, Noel abre mão de suas composições e deixa os outros músicos da banda contribuírem com músicas e idéias.
***
Também foram lançados três vídeos/DVDs da banda. Pude assistir aos três e devo dizer que eles mostram bem o que eles fazem ao vivo.
“Live by the Sea” vi num Laser Disc (se lembram disso?) e marca a primeira fase da banda, as beiras do lançamento do “What’s the Story”.
“There and Then” vi no multishow e gravei depois, na Fox. Nunca comprei, pois diziam que alguams cópias do cd desse show vinham com o VHS. Como nunca achei, não comprei. Queria o cd e ainda QUERO!!!
O
“Familiar to Millions” mostra o Oasis depois do “Standing on the Shoulder”, um disco considerado menor, fazendo um show maior. Do verbo Muito Grande e Bom!!!
Acho que é isso. Oasis pra quem quiser saber um pouquinho mais sobre a banda. Muita informação, misturada com um pouco de coisas do coração. Como a banda faz com a gente. E olha que nem contei metade das coisas que sei e que me fazem gostar cada vez mais deles.ou da história deles.