segunda-feira, maio 21, 2012

Da pressão de viver

Então, há uns dias atrás, fiz 36 anos.
Passou como um dia qualquer.
Ando meio cheio de tensão, ansiedade dando na cara.
A novidade agora é uma dor no peito, como se fosse um peso horrível,
que às vezes nem dá pra pensar.

Fico grilado com isso, vontade de me esconder do mundo,
das coisas, das contas, das pessoas, de ficar deitado na cama.

Comprei uma batelada de remédios hoje.
Volto para os controlados, o que significa, nada de álcool.
Ótimo, já que me despedi em grande estilo este fim de semana.

Mas enfim, como tem coisas que não dá pra explicar aqui,
fico sentindo minha pressão no peito, a bola na garganta e o enjôo,
sendo taxado de maluco por uns, de fraco por outros.

Esperando o dia em que algo aconteça (ou não, espero que não)
e eu possa dar um sorriso maroto e falar, viram eu tinha razão.
Não, não quero ter. Quero estar sempre errado,
quando o fluxo repentino e potente de adrenalina atinge meu sangue
e tudo o que posso fazer é arregalar os olhos, respirar fundo e tentar evitar o pior.

Não é fácil ser adulto, o que já sabia desde os 15 anos,
síndrome de peter pan em vista.
Mas não pensei que com isso viesse o vazio, as dores, os temores, tremores e terrores
que são mais presentes do que para a maioria de vocês.

É difícil ser literado, culto, inteligente e ver que isso não adianta nada frente
os desígnios mais malucos da natureza humana. Ser humano não é pra qualquer um.

Talvez não seja pra mim, que procuro uma verdade maior,
algo que me guie, que me sirva de bandeira, de força propulsora.
Trabalhar para ganhar um dinheirinho para pagar umas continhas,
para poder continuar trabalhando por misérias de segundos em paz.

Pode ser que nada mude, pode ser que tudo mude.
A partir de amanhã tenho 20mg de cloridrato de paroxetina na minha cabeça.
Não sei o resultado disso na prática.
mais textos? menos textos? uma visão diferente do mundo?
melancolia? felicidade? perspectivas falsas? ou as reais?

Conto com vocês.
conto, antes de tudo, com mim mesmo.



4 comentários:

Gil Pender - Livre como um táxi disse...

Talvez você deixe de torcer pro Botafogo, quem sabe...

Mas falando sério, e ainda tenho que voltar ao texto: a sensação de que as coisas podem ruir a qualquer momento, de início, é um tanto opressora; depois, com o tempo correndo, ela é até libertadora.

Sacou?

Mas ser literato, culto e inteligente jamais deixará de ser boa pedida.

E eu tenho uma neurologista marcada pro começo de julho.

Sinal dos tempos?

Vai saber.

Taylor disse...

marquei um monte de exames hj.
Falta retornar à cardiologista.
Mas a minha já nem me leva a sério...
: (

Gil Pender - Livre como um táxi disse...

Mostre a ela que vc deve ser levado a sério!

Brincadeirinha!

Hahahaha!!!!

Taylor disse...

A melhora, em miúdos, poucas ações é de cair pra trás.
Muito grande.
A vida continua, menos desesperada.
Normal, até certo ponto.

Dá pra manter a calma e o foco, antes impossíveis.

Segundo dia e tudo bem.