segunda-feira, agosto 22, 2011

Li n´algum lugar que alguém tinha ido à livraria e comprado alguns livros de filosofia para a biblioteca. Uma frase qualquer, sem muito sentido ou maiores expectativas, mas ainda assim me colocou na ponta da faca.

Também ando comprando (agora menos) coisas para a biblioteca. Ou para a Filmoteca. Ou para a discoteca.
Mas por que compro essas coisas? por que gasto dinheiro com discos, filmes, dvds, livros que muitas vezes vão para a estante e, depois de usados um dia ou outro, acabam esquecidos?

Por que temos essa necessidade de ter, de manter, de poder encostar e sentir: essa obra é minha!

Eu faço isso como uma forma de homenagem. Se fui tocado pelo trabalho artístico de alguém, minha forma de demonstrar isso é mantê-los por perto, ao alcance da mão, do ouvido, das pupilas. Mas entendo quem não compra mais discos ou DVDs e prefere baixá-los pela internet. Eu, quando baixo, dificilmente vejo ou escuto imediatamente. A não ser que seja um disco que espero faz muito, de uma banda que curto (ô verbinho em voga) faz muito. Não faço download de livros. Como não fazia de filmes. Comecei a baixá-los há pouco tempo e, em pouco tempo, tenho uma lista de pelo menos uns 10 filmes para ver que dificilmente verei. POr que os pego então? Por que preciso assisti-los? Este ano, tenho até medo de notar isso, só o Woddy Allen me levou à sala escura. Os filmes entram em cartaz, saem de cartaz, são lançados em dvd, passam nos canais de filmes e eu nem tchuns. Não os vejo. Não vi Bravura Indômita, não vi o Cisne Negro, não vi o Discurso do Rei, não vi Thor, X-men e Capitão América (nunca tinha perdido um filme de super-herói no cinema).

Acho que estou ficando velho. Largando um pouco de mão essa necessidade de ver tudo, ouvir tudo, entender tudo. Começo a me satisfazer com o que tenho até agora. Uma vez ou outra, faço algo diferente. Talvez seja um período mais parado, mais afastado do epicentro, mais casa e trabalho. Talvez não seja talvez. Ou talvez eu só precise terminar de pagar contas mil, crediários mil, empréstimos mil.

Acho que preciso entrar numa livraria com o cartão zerado ou na amazon.
A vida pode passar a ter mais graça quando se tem uma encomenda à espreita.

4 comentários:

Gil Pender - Livre como um táxi disse...

Minha prioridade absoluta agora e sempre - livros.

Allen, o filme do ano pra mim.

Taylor disse...

Muito bom o Allen.
E para culminar, comprei a caixa com 20 filmes dele por 129 no submarino.
Já comecei a reve-los, um a um.
2011 é o ano do Allen.
É até perigoso falar isso, vai que ele bate as botas...

Gil Pender - Livre como um táxi disse...

Mas ele estará sempre vivo em nossos corações tricolor e alvinegro...

Nossa, que piegas...

TCo disse...

pois é... com tanta coisa boa por aí e o dólar tão baixo, a melhor parte do cartão é o limite!